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quarta-feira, 8 de junho de 2011

Melatonina

UM HORMÔNIO VERSÁTIL
A glândula pineal era mais conhecida como a glândula misteriosa ou vestigial até recentemente, isto porque se desconhecia a maioria de suas funções. No entanto, sabe-se hoje que ela é elemento chave na manutenção da regulação endócrina (equilíbrio hormonal), integridade do sistema imune e do balanço diário metabólico conhecido como rítmo circadiano. A pineal é também a primeira glândula do corpo a ser formada ainda na fase embrionária, e é bem distinguível ao redor da terceira semana após a concepção.
A Melatonina é o principal hormônio produzido pela pineal, tendo sido descoberta por Lerner em 1958. Virtualmente, cada organismo vivo, desde uma simples ameba ao homem, produz melatonina e também é produzida em outros tecidos além da glândula pineal, por exemplo, na retina e no intestino grosso aparentemente como em resposta a diversos tipos de alimentos que comemos. Felizmente, é possível obter-se este hormônio para suplementá-lo se estiver em déficit, ou em doenças que atualmente têm se evidenciado por inúmeros trabalhos editados pela literatura médica mundial, situações como alguns tipos de depressões, câncer, problemas decorrentes de sazonalidade (ex. na depressão do inverno prolongado, no processo reprodutivo, hibernação- quando há menos luz durante os dias de inverno de certas regiões da terra, principalmente no outono, por algum tempo, a produção de melatonina aumenta automaticamente, ajudando o sono da hibernação a manter-se constante, imigração e, a tendência ao ganho de peso durante o outono e inverno pode ser em parte explicado pela flutuação sazonal da melatonina e outros hormônios), o jet-lag, o alcoolismo, na droga-adição, aterosclerose e, entre outras muitas doenças, as decorrentes do excesso de radicais livres que geram o "estresse oxidativo" e o envelhecimento celular. Há várias décadas a melatonina tem sido usada como tratamento nos distúrbios do sono, tais como a insônia e a apnéia do sono.
A glândula pineal funciona como um "relógio biológico" quando secreta a melatonina, em conjunto com muitos outros neuropeptídeos, à noite. Sabe-se que os níveis séricos de melatonina estão dez vezes mais aumentados à noite que durante o dia. Dados como estes, levaram cientistas a concluir que a produção deste hormônio sinaliza o organismo para o descanso do corpo e que já é tempo de dormir. Pessoas jovens e idosas têm picos de produção noturna em horários diferentes, os jovens têm os níveis de produção em pico às duas horas da manhã se estão em boas condições de saúde, já o idoso, se em idênticas condições de saúde, apresenta seu pico em torno de três horas da manhã. E a quantidade máxima de liberação sérica de melatonina nos idosos corresponde somente à metade dos jovens.
Os níveis de melatonina são baixos durante o dia. Ao escurecer, com a diminuição da luminosidade há desencadeamento de sinais neuronais que estimulam a pineal ao início da liberação da melatonina que se intensifica num crescendo atingindo, então, o pico máximo às duas horas da manhã no jovem e às três no idoso, quando começa a declinar até o mínimo, coincidindo com o amanhecer. O retardo da cronometragem e o decréscimo no pulso da melatonina são manifestações do processo de envelhecimento. Os pulsos de melatonina regulam muitas funções neuro-endócrinas; quando o cronômetro ou a intensidade de atingir o pico máximo de liberação é interrompido (como no estresse, envelhecimento, jet-lag ou síndromes semelhantes ao jet-lag), muitas funções fisiológicas e mentais ficarão afetadas, por exemplo, a habilidade de pensar claramente, lembrar de dados-chave e tomadas de decisões poderão estar profundamente afetadas por este defeito do "relógio biológico".
Nas crianças a pineal é muito pequena ainda e como está em desenvolvimento pode secretar muito e talvez seja esta uma das explicações sobre o sono imprevisível das crianças. A melhor produção da melatonina se dá na adolescência e no adulto jovem, começando a decair após os trinta ou quarenta anos e na idade de setenta ou oitenta anos a secreção do hormônio está severamente diminuída; recentes estudos demonstraram que os níveis de melatonina na mulher, por ser ela mais sensível às mudanças sazonais da luz que os homens, no outono e inverno, está mais exposta aos distúrbios sazonais psíquicos, ganho de peso, do que no verão. Porém o suplemento hormonal tanto no homem quanto na mulher é igual: decresce e torna-se semelhante em perdas lá pela mesma idade.
A melatonina que é designada quimicamente N-acetil-5-metoxiserotonina, é derivada do aminoácido essencial triptofano, retirado da dieta (encontrado em alimentos altamente protéicos, especialmente nos grãos, sementes e leguminosas) pelo organismo, incapaz de sintetizá-lo e que tem atividade fundamental na produção dos próprios hormônios (exemplo: melatonina), tanto quanto como ingredientes primários na constituição de músculos, ossos e muitos outros tecidos. Uma vez ingerido, o triptofano é convertido à forma química de serotonina e posteriormente à melatonina pela glândula pineal sob certas condições ambientais e sinais químicos a partir do cérebro. A serotonina por si só, já é um poderoso neurotransmissor.

Já que produzimos a melatonina na pineal a partir do triptofano extraído da alimentação por que certas pessoas necessitam de suplementação exógena?
Existem duas razões. Primeiro, porque nossos níveis naturais deste hormônio essencial podem, por motivos ainda não bem entendidos bioquimicamente, estar diminuídos; a pineal pode, por motivos ainda não esclarecidos, começar a reduzir de tamanho e não secretar bem, mesmo na juventude. Segundo, o mundo moderno e o "progresso" trazem estilos de vida que podem determinar a diminuição da quantidade de melatonina natural do organismo. Esta supressão ou diminuição pode ocorrer por duas vias. Na primeira, a sociedade moderna está cada vez mais vivendo num mundo desprovido de rítmos regulares de claro e escuro: círculos de luzes artificiais até nos relógios para enxergarmos o horário no escuro do quarto, estimulantes visuais, especialmente a televisão, empregos que podem destruir funções orgânicas e arruinar o sistema hormonal. Na segunda, substâncias sabidamente produtoras de radicais livres podem destruir ambas, a própria melatonina e as células da glândula pineal, diminuindo a quantidade de melatonina sérica.
De fato, um grande número de fatores dietéticos e ambientais podem produzir um impacto negativo na produção de melatonina, tendo sido já identificados. O álcool e o consumo de cafeína, a exposição às radiações e aos campos magnéticos, distúrbios do sono ocasionados por excesso de trabalho noite adentro e uma resistência ao rítmo natural do organismo, todos podem contribuir ou aumentar a necessidade de quantidades extras de melatonina.
QUAIS A FUNÇÕES DA MELATONINA NO ORGANISMO?
A melatonina afeta diversas inúmeras funções orgânicas:
1. Age como um potente hormônio-regulador.
2. Age como um poderoso antioxidante.
3. Age no sistema imune como estimulador potente.